Causa estranheza o fato de a proposta de emenda à Constituição estar sem discussão há dois anos e, num mesmo dia, um novo substitutivo ser apresentado e aprovado na Comissão Especial, sem discussão.
Importante salientar que desde 2015 a União já pode vender os imóveis localizados nos terrenos de marinha, sendo que 20% da receita com as vendas são destinados aos municípios. E que desde 2017 o proprietário do imóvel pode solicitar a compra junto à SPU.
Florianópolis tem situação específica importante, diferente do que ocorre no restante do país. Aqui, por exemplo, muitos donos de imóveis que fazem parte da proposta de demarcação do SPU contestam o enquadramento como terras de marinha. Há exemplos absurdos, como apartamentos no Parque São Jorge, áreas em Ratones, entre outros tantos.
Como a nova proposta nacional vai tratar esses casos? Como fica o decreto da prefeitura de Florianópolis, assinado este ano, que permite reformas e construção em áreas que ainda não foram homologas pela SPU?
Infelizmente, a fome arrecadatória se impõe sobre o bom senso e ataca quem adquiriu seu imóvel de boa-fé e tantos outros que nem mesmo poderiam estar entre os proprietários de terrenos de marinha. Enquanto a insensibilidade de políticos e burocratas persistir, fica difícil trabalharmos pelo desenvolvimento e pelo bem-estar da sociedade.
Presidente da Fampesc